Mato Grosso do Sul – Ação conjunta nos municípios de Bela Vista e Caracol, na região sudoeste do estado, tirou 13 trabalhadores da condição análoga à escravidão, segundo o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS). As inspeções, que ocorreram desde o início deste mês, terminaram com registro fotográfico, entrevistas e análise de documentos que apontaram toda a insalubridade e condição ilegal que viviam os homens resgatados.
A primeira vistoria ocorreu em uma fazenda no município de Caracol, perto da BR-267, altura do km 603. Já na chegada foram encontrados 6 trabalhadores paraguaios, sem qualquer documentação e carteira de trabalho. Um deles, inclusive, estava há 11 anos atuando no local como instalador de cerca e auxiliar de serviços gerais.
Na sequência, os envolvidos constataram que não havia cama para estas pessoas, bem como não tinha banheiro e nem mesmo papel higiênico era fornecido para as vítimas. Os funcionários disseram que jamais tiveram algum tipo de treinamento e usavam a água do córrego para consumo e também fazer a higiene pessoal.
O relatório ainda registrou fotos do alojamento, mostrando que os funcionários sequer tinham um armário para guardar os objetos individuais, bem como não tinham lixo e nem portas e janelas no local. Além disso, não havia iluminação e eles conviviam muito perto dos agrotóxicos.
Dois dias após a vistoria, o gerente da fazenda foi convocado para uma audiência e negou todas as acusações. Ele ainda foi intimado a fazer o pagamento de valores retroativos e rescisórios dos trabalhadores, bem como dano moral individual a cada um deles. Já no município de Caracol, houve o resgate de mais 7 trabalhadores, sendo 2 deles paraguaios.
No caso de crimes ambientais, o tenente-coronel Ednilson Queiroz, da PMA, ressaltou que a vistoria pode resultar em punições administrativas. “Nós fazemos essas ações constantemente, por meio de um acordo com o MPT. No caso de carvoarias, o crime pode ser constatado e fazemos essa condução ambiental, por exemplo. Quando isso não ocorre, nós ajudamos na parte da segurança”, finalizou ao G1 Queiroz.
Fonte: Revista Proteção Data: 16/10/2019 / Fonte: G1